O Projeto UCA - Um Computador por
Aluno, idealizado pelo Ministério da Educação tem como objetivo maior garantir
ao aluno da escola pública brasileira o acesso aos meios tecnológicos de
Educação, o caminhando para a inclusão social e digital desses alunos.
O
programa no Estado da Paraíba, assim como nos demais, já se encontrava em fase
de conclusão. No entanto, por questões administrativas, alguns Municípios
apesar de aderirem ao programa, não conseguiram executá-lo, o que proporcionou
grande déficit na aprendizagem dos alunos. É o caso do Município de Nazarezinho
- PB.
Na Escola Amélia Maria Sarmento os
computadores haviam chegado há dois anos, no entanto permaneceram encaixotados
e distantes do seu objetivo maior: alcançar o aluno na sala de aula. Isso
aconteceu por causa da ausência da formação que iria viabilizar a aprendizagem
primeira do professor e, em seguida, do aluno. Com medo da nova ferramenta
tecnológica, sem o conhecimento adequado, nosso professor optou pelo terreno
cômodo da velha didática e não ousou arriscar-se aos novos chamados da
aprendizagem.
Com a nova chamada desses Municípios
realizada pelo MEC/Undime-PB foi possível recuperar o Projeto UCA e deixar
Nazarezinho ao passo dos demais que fizeram a formação anteriormente.
Desse modo, o curso foi realizado no
período de agosto a dezembro de 2012 (cinco meses). Devido ao pouco tempo, os
encontros foram planejados de modo que se tentasse potencializar ao máximo suas
atividades, e isso gerou um forte comprometimento dos professores com a
capacitação.
O resultado foi à percepção pelo
grupo em geral de uma nova e mais significativa prática pedagógica.
Maravilhados com a possibilidade de trabalharem na sala de aula com
computadores, os professores sentiram que poderiam, que conseguiriam acompanhar
esse movimento tecnológico que os tem soterrado paulatinamente nas didáticas
antigas. E por outro lado, o aluno que passou a sentir a Escola mais atrativa,
a aula mais dinâmica, o professor mais próximo e a aprendizagem mais
significativa.
Esse objetivo foi possível de ser
alcançado através da formação realizada com todos os professores da escola,
onde se teve a oportunidade de conhecer a ferramenta e o mais importante: saber
como utilizá-la junto aos alunos, em suas atividades pedagógicas.
Desse modo, a formação foi
organizada em duas etapas básicas: na primeira, deu-se enfoque ao conhecimento
técnico do Uca e suas inúmeras possibilidades de utilização na sala de aula
para desenvolvimento dos conteúdos de acordo com a série específica. Aqui, o
professor, de posse do computador pôde fazer a varredura das ferramentas
disponíveis: editores de texto, de planilhas, desenho, jogos, recursos de
mídia, etc. Era possível acompanhar o deslumbramento daqueles profissionais ao
aprenderem gerenciar determinado recurso, como se uma criança estivesse
aprendendo a ler.
Num segundo momento, passou-se a
trabalhar com Projeto de Aprendizagem: após discussão e escolha em conjunto de
um tema geral e necessário à Escola e a sua comunidade, os professores se
subdividiram em equipes de acordo com a série/ano ministrados e escolheram uma
"ramificação temática", orientados pelos conteúdos do ano em que
lecionavam.
O trabalho com Projetos foi outra
conquista dos professores dessa escola, haja vista sua falta de experiência.
Muito embora todos tenham adquirido conhecimentos teóricos em suas formações
superiores, a grande maioria assumiu a insegurança para criar e desenvolver
projetos em sua sala de aula.
Com a formação, esse obstáculo foi
amenizado de forma que os professores da Amélia Maria Sarmento sentiram-se mais
confiantes para repensar a sua prática pedagógica e fazer uso da Metodologia de
Projetos. Com isto puderam perceber na prática a riqueza e a diversidade das
atividades desenvolvidas em sala de aula onde se percebeu o maior envolvimento
dos alunos, maior interesse e participação nas ações planejadas e executadas
durante o andamento do projeto “O Ukinha na aprendizagem do meio ambiente
local: um resgate inovador”, em especial, com o uso Laptop aliado a outros
recursos disponíveis na Escola.
Essa enxurrada de fatores novos
causou uma explosão na Escola Amélia Maria Sarmento de tal modo que o quadro de
problemas foi invertido: antes o
problema era o não-uso daquelas máquinas, visto que ninguém sabia
"mexer" nelas; hoje,
o problema é a organização do cronograma de uso dessas máquinas, pois os
professores e os alunos buscam diariamente este novo recurso. Mas esse é um
bom problema! Espera-se que não somente a Amélia Maria Sarmento, mas outras
escolas possam ter sentido o impacto positivo desse Programa na aprendizagem
dos alunos e que priorizem esta ação inovadora para ser uma prática constante
na sua sala de aula, em anos vindouros. Assim, com a chegada de outros recursos
tecnológicos no cenário educacional, a exemplo do Tablet e da Lousa Digital,
tanto o corpo docente quanto o discente estejam aptos para usá-los de forma
eficiente dentro do processo de ensino e de aprendizagem, vislumbrando
resultados eficazes e de maior qualidade!
Neste momento, os professores da
Escola Amélia Maria Sarmento, do Município de Nazarezinho sentem-se mais
confiantes, mais seguros, mais motivados e melhor preparados para a continuação
do Programa. Através do curso, ou seja, da formação Prouca aprenderam a utilizar as ferramentas do UBUNTUCA como instrumento
de aprendizagem. Aprenderam que são
capazes de trabalhar com projetos e que estes não são "aquele bicho de
sete cabeças". Aprenderam que
podem caminhar passo a passo com o avanço tecnológico. Mas aprenderam principalmente, que é
sempre hora de aprender.
Rogenia
Maciel Lins